AMIGOS DE QUATRO PATAS

Este blog pretende não só dar a conhecer os nossos deliciosos biscoitos como também dar várias dicas para todos que nos lerem sobre como podemos ser melhores e mais responsáveis donos daqueles que são certamente os nosos melhores amigos.

Também nos disponibilizamos para ajudar todas as associações de animais no sentido de encontrar novos donos para aqueles que procuram por um.

sábado, 20 de julho de 2013

GOLPE DE CALOR

Artigo publicado em  :
www.doglink.pt

Insuportável ou apenas ameno e até agradável, o calor chegou e parece que veio para ficar! Nesta altura do ano temos que ter em mente o quão importante é manter os nossos cães frescos, mas o que a maioria das pessoas não sabe é qual é a melhor maneira de o fazer.
Muitas vezes assume-se que os cães são como as pessoas e, como tal, precisam dos mesmos cuidados que estas, o que está parcialmente correcto. Um ambiente fresco é importante e também muita água à disposição mas os cães têm um mecanismo de arrefecimento diferente do nosso e, em determinadas circunstâncias, podem não conseguir lidar com o calor como nós conseguimos.
O golpe de calor é a condição mais catastrófica mas também a mais facilmente evitável. Como os cães não falam, aqui ficam alguma informação para que entenda melhor o seu cão e o possa ajudar a enfrentar o calor.
Arrefecimento canino: arfar e transpirar
Nos humanos, as glândulas sudoríparas estão distribuídas por toda a nossa superfície corporal. Quando a nossa temperatura interna aumenta liberta-se suor que posteriormente se evapora provocando o arrefecimento corporal (perda de calor por evaporação). Já a pele dos cães é diferente e é por isso que nunca viu um cão a suar dos sovacos! A maioria das glândulas sudoríparas presentes nos cães está localizada nas almofadas das patas. É por isso que quando o seu cão está com muito calor, este deixa para trás pegadas suadas à medida que se desloca.
Ao invés de dependerem da transpiração cutânea, o principal mecanismo que os cães usam para regularem a sua temperatura corporal é ofegando, ou como se diz popularmente “arfando com a boca bem aberta”.
DICA: Um truque simples para manter o seu cão fresco num dia quente é utilizar um borrifador com água e aplicar frequentemente ao longo do corpo do cão, de modo a criar uma camada líquida que irá evaporar. Isto permite criar um efeito de arrefecimento semelhante ao que aconteceria caso o seu cão tivesse glândulas sudoríparas ao longo do corpo. 
Focinho curto vs focinho comprido
No que toca à resistência ao calor, os cães com focinho curto ou braquicefálicos estão em desvantagem relativamente aos cães de focinho comprido. Mas porquê?
Os vasos sanguíneos no focinho dissipam o calor e, neste caso, o tamanho importa. Por exemplo: um aquecedor com uma resistência maior liberta mais calor do que um que tenha uma resistência menor. O mesmo acontece quando os cães tentam dissipar o calor!
Com o aumento da temperatura corporal, o cão aumenta o seu ritmo respiratório de modo a conseguir dissipar mais calor. O ar inspirado fica saturado com vapor de água à medida que passa pelos seios nasais. Os vasos sanguíneos presentes nas vias nasais cedem calor para que a vaporização ocorra. Deste modo, o calor é dissipado e ocorre o arrefecimento dentro da região nasal e a diminuição da temperatura corporal.
Quando as trocas de calor são menores, como acontece nos cães de focinho curto, mais rapidamente os animais ficam sobreaquecidos, ou seja, entram em hipertermia.
DICA: Se o seu cão tem focinho curto como o Pug, Boxer, Bulldog Francês, Bulldog Inglês, Shih Tzu, Boston Terrier, etc… tenha cuidados redobrados!
Pelagem: aliada ou inimiga?
Pode pensar que uma das razões pelas quais o seu cão não lida bem com o calor é porque está coberto de pêlos. Bem, acima de tudo, a pelagem do seu cão serve como uma barreira protectora quer do frio quer do calor, por isso nem pense em rapar o pêlo do seu cão para o manter mais fresco. Se o fizer, este poderá ainda apanhar umescaldão!
Ainda assim, a verdade é que os cães com uma pelagem muito densa e de clima frio, como o Husky Siberiano ou Alaskan Malamute, têm mais tendência a atingir o estado de hipertermia. Se estiverem expostos a um ambiente continuamente quente, mais calor ficará retido na barreira que os protege e mais calor terão que dissipar, mesmo se ficarem pouco tempo ao sol.
Cenários do golpe de calor
Como explicado anteriormente, o principal mecanismo de dissipação de calor dos cães é feito pela inalação de ar fresco e posterior aquecimento do mesmo através da temperatura corporal. Se o ar já está quente então não é possível fazer a transferência de calor, e pode ocorrer o golpe de calor, que é fatal!
Dias com temperaturas acima dos 30º aumentam o risco de golpe de calor e dias com 36º ou mais fazem com que seja muito mais difícil o seu cão arrefecer. Quando um cão sobreaquece, as proteínas das células quebram fazendo com que o cão seja “cozinhado” internamente.
Carros – A maioria das pessoas deixa tigelas com água e as janelas do carro um pouco abertas mas mesmo assim pode não evitar a ocorrência de um golpe de calor.
Exercício físico – Os cães adoram satisfazer os seus donos, e às vezes brincam até ao seu corpo não aguentar mais. Em dias muito quentes, a respiração ofegante do cão poderá não ser suficiente para baixar a sua temperatura corporal devido ao calor e exercício físico.
Superfícies de betão ou asfalto – O betão e asfalto muitas vezes presentes em canis aquecem rapidamente atingindo temperaturas extremas.
Sem sombra nem água fresca – Este cenário é óbvio, mas ainda assim acontece. Os cães deixados ao sol sem qualquer supervisão, sem sombra nem água fresca rapidamente entram em colapso ou coma.
Sinais do golpe de calor
  • Respiração incomum - rápida e barulhenta
  • Língua vermelha e gengivas pálidas
  • Elevada temperatura rectal (40°C – 43,3°C)
  • Sede extrema
  • Fraqueza e/ou fadiga
  • Vómitos frequentes
  • Desorientação
  • Pele ao redor do focinho ou no pescoço justa e sem folga como deve naturalmente
  • Dificuldade em respirar
  • Colapso ou coma
  • Saliva grossa
  • Aumento da frequência cardíaca.
  • Pequenas ou nenhumas quantidades de urina
  • Insuficiência renal súbita (aguda)
  • Convulsões
O que fazer
Se notar que o seu cão está a sofrer de golpe de calor deve imediatamente tentar baixar-lhe a sua temperatura corporal. Leve-o para um sítio fresco, à sombra, ventilado e molhe-o com água fria (não utilize água gelada para evitar choques térmicos).
Após efectuar estes procedimentos, leve o seu cão ao veterinário – isto aumentará as suas probabilidades de sobrevivência. Não vá a correr para o veterinário sem antes lhe prestar auxílio básico nem espere que os sintomas passem sem fazer nada.
Concluindo
Todos os anos morrem animais devido ao golpe de calor. A maioria dos acidentes acontece quando os animais são deixados no automóvel por alguns instantes. A temperatura dentro de um automóvel sobe rapidamente e pode comprometer seriamente a saúde do seu animal. Não basta deixar água fresca num local quente com pouca circulação de ar! (veja aqui)
Lembre-se que o seu cão não é um humano peludo de quatro patas, e às vezes o que funciona para as pessoas não funciona necessariamente para os cães.

Artigo revisto por: Dr.ª Elisabete Capitão

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